A
definição atual relata que a disbiose é um estado no qual a microbiota produz
efeitos nocivos por três vias, sendo elas de mudanças qualitativas e
quantitativas na própria microbiota intestinal, mudanças na atividade
metabólica e em sua distribuição no trato gastrointestinal.
As causas da disbiose intestinal estão
relacionadas desde o tipo de parto que o indivíduo teve até sua frequência de
uso de álcool. Os gatilhos e mediadores relacionados à hipersensibilidade
intestinal e disbiose são: o uso de antibióticos e consumo excessivo de álcool,
estresse e qualidade de vida, consumo excessivo de açúcar e alimentos
industrializados, doenças intestinais, como síndrome do intestino irritável,
constipação intestinal, diarreia, infecções por Helicobacter pylori e infecções
do trato geniturinário.
Com a baixa resistência de um sistema imune e
hiperpermeabilidade intestinal modificada, as bactérias com potencial
patogênico interferem no desenvolvimento e manutenção de uma microbiota
saudável, sendo responsáveis pela alta produção enzimática, maior atividade de
microrganismos patogênicos, aumento de LPS e outras endotoxinas, além de
promoverem diversos metabólitos, como amônia, aminas bioativas, promotores
tumorais, desconjugação de sais biliares, aumento da proliferação de fungos e a
própria destruição da mucosa intestinal.
Cada vez mais estudada, a disbiose tem sido
apontada em doenças diversas, como fator de risco da obesidade, diabetes,
doenças inflamatórias tipo doença de Crohn, doença celíaca, artrite reumatoide,
síndrome metabólica, entre outras.
Com a disbiose instalada, faz-se necessário
entender as interações bioquímicas e fisiopatológicas do indivíduo e aplicar um
tratamento. A nutrição funcional se baseia no programa dos seis R: a primeira
etapa trata de remover os patógenos, xenobióticos e alérgenos alimentares, a
segunda fase segue por reinocular probióticos e ofertar prebióticos. A terceira
fase consiste em recolocar enzimas digestivas. A quarta reparar a mucosa
oferecendo nutrientes e um plano alimentar anti-inflamatório. A quinta
reequilibrar hábitos de vida saudáveis, e a sexta e última reavaliar objetivos
alcançados e condutas com o indivíduo.
Fonte:
ALMEIDA,
Luciana B. et al. Disbiose Intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica,
Belo Horizonte, v.24, n.1, p. 58-65, Dez. 2008.
CARREIRO,
Denise Madi. O ecossistema intestinal na
saúde e na doença. São Paulo: Vida e Consciência, 2014.
PASCHOAL,
Valéria; NAVES, Andréia; FONSECA, Ana Beatriz B.L. Nutrição Clínica Funcional:
dos Princípios à Prática Clínica. São
Paulo: Valeria Paschoal, 2008.
SPEZIA,
Gabriela et al. Microbiota intestinal e sua relação com a obesidade. Revista
Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v.3, n.15,
p.260-267, maio/jun. 2009.