A
pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde,
demonstrou de maneira inédita que, pela primeira vez em oito anos consecutivos,
os percentuais de excesso de peso (índice de massa corporal ≥25 kg/m2) e de
obesidade (índice de massa corporal ≥30 kg/m2) se mantiveram estáveis no
Brasil.
Os
dados demonstram que em 2013, o percentual de pessoas com excesso de peso
atingiu 50,8% dos brasileiros, ou seja, mais da metade da população brasileira.
Em 2012 esse percentual foi de 51%. Os números de indivíduos com obesidade
também se mantiveram semelhantes ao resultado de 2012, atingindo o percentual
de 17,5% da população.
Foram
entrevistados 53 mil indivíduos maiores de 18 anos em todas as capitais e no
Distrito Federal. A capital que apresentou o maior percentual de indivíduos com
excesso de peso foi Cuiabá (55% da população), seguido de Porto Alegre (54%) e
Rio de Janeiro (53%). A cidade de São Paulo apresentou queda de 1 ponto
percentual em relação ao ano anterior, ficando com 51%.
Essa
estabilidade nos índices de excesso de peso e obesidade podem ser explicadas
pelo aumento de 11% em cinco anos no percentual da atividade física no lazer,
passando de 30,3% em 2009, para 33,8% em 2013. A pesquisa demonstrou que os
homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios em seu tempo livre,
enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios
entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.
Além
disso, outro fator importante foi o aumento de 18% em oito anos no consumo de
frutas e hortaliças. A pesquisa registrou que 19,3% dos homens e 27,3% das
mulheres consomem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade
indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entretanto,
mesmo com essas mudanças no estilo de vida, diversos hábitos alimentares
continuam inapropriados. Pela primeira vez, a pesquisa Vigitel investigou a
quantidade de brasileiros que têm o hábito de substituir o almoço ou o jantar
por um lanche de baixo valor nutritivo. Esse indicador mostrou que 16,5% dos
brasileiros (12,6% dos homens e 19,7% das mulheres) costumam trocar o almoço ou
jantar por lanches como pizzas, sanduíches ou salgados diariamente.
O
consumo excessivo de gordura saturada continua elevado: cerca de 31% da
população não dispensa a carne gordurosa e mais da metade (53,5%) consome leite
integral regularmente. Outro fator preocupante é que 23,3% dos brasileiros
consomem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana.
O
Vigitel retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte
para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. "O
aumento no consumo de hortaliças e da atividade física são fatores
determinantes para uma sociedade mais saudável. Mas, ainda é preciso observar a
sequência nos próximos anos para podermos afirmar com consistência se há uma
estabilização do crescimento da obesidade e do sobrepeso", disse o
ministro da saúde Arthur Chioro.
Bibliografia(s)
Brasil.
Ministério da Saúde. Após oito anos em ascensão, obesidade no Brasil para de
crescer. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/12453-apos-oito-anos-em-ascensao-obesidade-no-brasil-para-de-crescer.
Acessado em: 30/04/2014.