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Obesidade e doença hepática crônica podem ser desencadeadas por uma família de
proteínas que alteram as
populações de micróbios no estômago,
uma descoberta que sugere que a condição pode ser infecciosa, diz o relatório dos cientistas de Yale. O estudo deu continuidade a uma
pesquisa anterior que mostrou como os desequilíbrios microbianos semelhantes,
causados pela mesma família de proteínas, aumenta o risco de doenças
intestinais, tais como colite.
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Segundo os pesquisadores, esses micróbios, alojados
mais precisamente no intestino, podem criar um ambiente infeccioso e
transmissível. A conclusão foi feita através de testes realizados em ratos.
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Os cientistas disseram que o ambiente alterado
intestinal, que levou à obesidade e à doença hepática, era contagioso entre a
comunidade de ratos. "Quando os animais saudáveis foram colocados com
aqueles que tinham o intestino com micróbios alterados, os ratos saudáveis
também desenvolveram uma suscetibilidade para a doença hepática e a
obesidade", disse Richard Flavell, professor de Imunobiologia da Escola de
Medicina da Universidade de Yale.
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As proteínas responsáveis por essa ação são as
inflammasomes. Elas são responsáveis pelo lançamento da resposta inflamatória
do sistema imunológico, atuando como sensores e reguladores do ambiente
microbiano dos intestinos.
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De acordo com os cientistas, é uma deficiência nos
componentes dessas proteínas que resulta no desenvolvimento de uma colônia
bacteriana, como as dos filos Bacteroidetes e Firmicutes, e consequentemente
determina a predisposição de obesidade.
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Em ratos obesos, a quantidade dessas bactérias é mil
vezes maior do que o normal e quando um “gordinho” é colocado com um camundongo
magro, o último tende a engordar. "Nós conseguimos engordar um rato
simplesmente colocando-o na mesma gaiola que o outro", conta o professor
Richard Flavell. O contágio, porém, não é feito pela saliva, e sim pelo contato
com as fezes do animal.
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Segundo os pesquisadores, ainda não há uma explicação
muito concreta sobre isso, mas eles presumem que a infecção atrapalha o
processamento da insulina pelo organismo, aumentando o nível médio de glicose
no sangue, que seria a ação responsável pelo ganho de peso.
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O próximo passo será estender esta pesquisa para os seres humanos e para identificar mais precisamente as bactérias envolvidas
na progressão para doença hepática.
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Para mais informações sobre pesquisa, visite
seu website: http://medicine.yale.edu/immuno/people/richard_flavell.profile